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Biografia de Rollins Band

Rollins Band (USA) - Post-Hardcore / Hard Rock / Alternative Metal / Jazz Fusion

O som da Rolins Band é a cara e a personalidade de seu líder, Henry Rollins, egresso do Black Flag: ríspido, direto, nervoso, invocado, cerebral e físico (muito físico).Produziu um dos sons mais enérgicos dos 90, mas sua platéia ainda é muito reduzida para o valor de sua contribuição ao rock.

Rollins, por sua vez, encarna até a medula a insígnia de alternativo: montou uma editora, a 13.02.61 (data de seu nascimento), está permanentemente engajado com palestras e turnês de seus livros falados, diz o que quer na hora em que bem entender, nunca se dobrando à mediocridade que infesta o reino do rock. Inspirado pelo jazz de John Coltrane, apresentado a ele pelo amigo Thurston More, do Sonic Youth, Rollins recrutou uma banda de excelentes instrumentistas, para ensinar ao rock a presteza dos samurais.

A banda se reúne pela primeira vez em abril de 1987,em Trenton, New Jersey, após Henry Rollins sair do Black Flag. Com Chris Haskett na guitarra, Sim Cain na bateria e Andrew Weiss no baixo e contando com algumas composições de Rollins e Haskett, a banda excursionou de Nova York a Los Angeles, partindo depois para a Europa. Ao final da turnê, eles entram em estúdio, na cidade de Leeds, Inglaterra, e gravam seu primeiro álbum, "Life Time", produzido por Ian MacKaye, líder do Fugazi.

Em 1988 é lançado "Hard Volume", juntamente com o livro "Pissing at the Gene Pool". Em 1989, é lançado o álbum ao vivo "Turned On", gravado em Viena, assim como é lançado o livro "Art to Choke Hearts". Uma série de shows preenche o ano de 1990, nos Estados Unidos, Europa e Austrália – e para cada turnê, um livro.

Em fevereiro de 1991, a banda fecha contrato com a gravadora Imago e depois excursiona com o Jane’s Addiction, o que lhe renderia o convite para abrir a primeira edição do Lollapalooza, festival itinerante alternativo idealizado e produzido por Perry Farrell, líder do Jane’s. Depois a banda entra em estúdio para gravar "The End of Silence", com o produtor Andy Wallace, o fim do silêncio para Rollins e seus amigos, e o início de seu reconhecimento pelo público e pela mídia.

O que seria um motivo de comemoração acaba sendo uma tragédia na vida de Rollins. Seu melhor amigo, o roadie Joe Cole, é morto ao seu lado, em frente a sua casa, por conta de um assalto, em 19.12.1991.

O incidente com Joe Cole foi relatado no livro "See a Grown Man Cry" e também foi lembrado pelo Sonic Youth nas músicas "JC" e "100%". Rollins, ao apresentar o clip dessa última, no programa 120 minutes, o Lado B da MTV americana, parece não ter gostado muito, pois limitou-se a comentar "os caras misturam a morte do meu melhor amigo com uma galera andando de skate".

Em 1991 é lançado The End of Silence (lançado aqui em 1992) e Rollins tenta compensar a dor com uma longa turnê, de Janeiro a Novembro, tocando inclusive na Japão, pela primeira vez. O álbum rendeu dois hits, "Tearing" e "Low Self Opinion". No início de 1993, a Rollins Band foi escalada para participar do mal fadado M2000 Festival, um festival de verão realizada em algumas praias brasileiras, que só durou uma edição. Rollins parou na capa de alguns jornais ao produzir uma das cenas mais bizarras do festival, ao acidentalmente, na primeira canção, enfiar violentamente o joelho na testa, a ponto de abrir um pequeno corte no rosto. Mas ele não se abalou (aliás, nem percebeu de imediato que estava com a cara toda ensangüentada), e continuou o show até o fim.

No site da banda, o fã pode encontrar não somente a biografia da banda, como também atualizações de notícias sobre a banda e sobre a carreira de Rollins como escritor. Há inclusive trechos de cada livro que ele lançou (e, obviamente, um link para fazer a compra). Pela editora 02.13.61 já lançaram livros Iggy Pop, Nick Cave, Allen Ginsburg, entre muitos outros.

Em 1993 ainda a banda escreve e grava "Weight". Rollins lança o livro "Now Watch Him Die" e um Cd duplo, "The Boxed Life", de spoken word. Não contente com somente com as atividades de músico, escritor, palestrante, Rollins também encara o cinema, fazendo pontas em "The Chase", com Charlie Sheen (outras participações seriam nos filmes "Johnny Mnemonic" e "Heat", com um capanga que tenta dar uma surra em Al Pacino).

Por falar em cinema, a Rollins Band participa das seguintes trilhas sonoras com músicas inéditas: The Crow com a música "Ghostrider"; Demon knight (aquela que tem até o cover de "Polícia" do Sepultura), com "Fall Guy"; Johnny Mnemonic , com "I see through", e ainda participa do tributo ao Led Zeppelin, "Encomium" (1995), com uma versão de "Four Sticks".

Henry Rollins, por sua vez, ganha reconhecimento nacional (nos Estados Unidos, diga-se), ao ser eleito uma das "personalidades mais honestas de 93", pelos leitores da Spin, além de ser considerado o "homem do ano de 94", na Details.

"Weight" é finalmente concebido na mercado em 1994 e a banda excursiona novamente todo ano pelo mundo inteiro. Além disso, é lançada uma versão em áudio do livro "Get In The Van: On The Road With Black Flag", ou seja, sobre a história do Black Flag. O título refere-se ao estilo de vida adotado pela antiga banda de Henry Rollins, que vivia em uma van , excursionando pelos EUA, sem nada no bolso. Rollins também produziria o álbum "Son of Filth" , da banda Die Cheerleader.

O ano de 1995 é de composição para a banda e reconhecimento pelo excelente trabalho de 1994. É convidada a tocar no Grammy e recebe a indicação para o prêmio de melhor grupo de metal, enquanto Rollins ganha o Grammy de melhor Audio Book pela história do Black Flag. De resto, muito trabalho para o samurai do norte: produção de um álbum, na Austrália, de Mark of Cain, "111 At Ease", atração principal de um "Crossing Border Poetry Festival", na Holanda, além de um turnê individual por toda a América do Norte.

O ano de 1996 começou com uma participação de Rollins na apresentação do Thin Lizzi, em Dublin, no "Vibe for Philo", comemoração de 10 anos da morte de Phil Lynott’s. A banda assinaria com a gigante DreamWorks, após o seu antigo selo, Imago, ter se desligado da sua distribuidora, BMG.

E pela DreamWorks sai, em março de 1997, "Come In and Burn". Não há variações em relação aos outros álbuns, o que não chega em nenhum momento a ser um demérito: é Rollins Band em estado bruto. Houve quem dissesse que o álbum teria uma adesão aos sons eletrônicos, mas, numa primeira audição, percebe-se que os únicos sons "eletrônicos" são uma discreta distorção da voz em um trecho de "All I Want" e "On my way to the cage".

Totalmente livre e workaholic, em 1998 não se tem notícia da Rollins Band e o único sinal de vida de Rollins foi de uma viagem à África, cujo registro pode ser lido na HP oficial. Somente em 1999, os fãs puderam ter uma agradável notícia: a Rollins Band estava de volta, totalmente reformulada (o que, por um lado, é uma pena, pois os músicos eram fantásticos, combinando domínio da técnica com o "felling" das composições de Rollins). O resultado pode ser conferido no novo álbum, "Get Some Go Again", lançado em 28 de fevereiro desse ano 2000.