×
Corrigir

Décimas De Um Fim De Maio

Xirú Antunes

Com a crescente destapada,
Lhes digo foi trança d`água
De brânquia o campo a fora
E abri sanga ns estradas,
Estendeu o véu dos poncho
Nas tronquera do galpão,
A pingar réstias de chuva,
Ah! Se desse uma estiada,
Pra eu pode aperta as garra
E não falha meu redomão.
Temporão, um veranico,
De engraxa as garroneira,
Oreia o chão da mangueira
E refaz o azevém,
Levanta a crina do verde,
É sustância pra o meu zaino,
Senta o pelo do cavalo
De contraponto ao agosto,
Chegou lindo um tempo morno
Pras décimas de um fim de maio.
Menos mal que uma morena,
No fundo de um corredor,
Ameniza alguma pena
Que a chuva não apagou,
Alguma copla extraviada,
Refugos de algum pajador
Que apelidei redomona
Por ser copla de desamor,
E ajeito tal se fosse
Um bagual manoteador.
Quase sempre nos domingos,
Eu desço o corredor, contando o trameriu, num zainito picaflor,
Pra ver ela La no fundo,
Onde a coxilha termina,
É lá num rancho bendito,
É lá que mora minha linda,
É lá que os olhos ariscos
Tem o azul de uma cacimba.
E assim vou recorrendo
Num trotezito torena,
Estes campos que eu conheço,
Corunilha e pitangueira,
De dia rangendo os bastos
Sobre as cruz de algum torena,
De noite procuro um olhar
No luzeiro das estralas,
Minha esperança é um vicio
Presa as aço das chilenas.

Composição: -





Mais tocadas

Ouvir Xirú Antunes Ouvir